Segundo a Fundação Osvaldo Cruz, materiais plásticos podem demorar 450 anos para serem decompostos no meio ambiente. E para enfrentar esse problema que afeta diretamente a poluição do meio ambiente, um professor e estudantes da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) do curso de Engenharia Ambiental, produziram bioplásticos, em laboratório, a partir do amido de milho e da laranja.
Liderado pelo professor Dr William Xavier, e composto também pela aluna Rita Santana e o monitor e aluno André Fernandes, o projeto surgiu a partir da observação de outros trabalhos acadêmicos que tratavam do tema, então a equipe resolveu desenvolver esses bioplásticos e testá-los em composteiras.
Após as análises, foi verificado que o material sofria um processo de degradação quando exposto às composteiras. Outro material produzido e analisado foi o bioplástico produzido a partir do amido do albedo de laranja – parte da laranja de cor branca localizada entre os gomos e a casca – que também sofreu degradação.
“Para nós isso foi uma grata surpresa, porque a gente esperava que demorasse um pouco mais esse processo de decomposição, mas vimos que os micro-organismos que estão presentes no solo, nas folhas, nos galhos, que nós utilizamos para montar a composteira, são capazes de decompor esse polímero de forma bem rápida”, explicou o professor.
O projeto de iniciação científica já dura um ano e, segundo os pesquisadores, já nos primeiros 20 dias os primeiros resultados foram observados. E ao contrário dos plásticos convencionais, o bioplástico de amido de milho demorou 28 dias e do albedo da laranja apenas 15 dias para ser decomposto por completo na composteira.
A iniciativa também buscou utilizar a matéria-prima, por causar menos impactado ao meio ambiente, em comparação a utilizada para fazer os plásticos convencionais. Além desses materiais utilizarem o petróleo como matéria-prima, a própria produção é mais sustentável.