Com o tema "Os Desafios da Engenharia Florestal na Amazônia", a Universidade do Estado do Amapá (UEAP) sedia, de 28 a 31 de outubro, o 4º Congresso Amapaense de Engenharia Florestal (CONAEF). O evento promete ser um palco de discussões cruciais sobre sustentabilidade, desenvolvimento e conservação em um dos biomas mais importantes do planeta.
Programação e Objetivos
A programação do congresso, que inclui mesas redondas, palestras e minicursos, visa trazer conhecimento aprofundado e envolver a comunidade acadêmica e profissionais em temas fundamentais para a região.
A abertura solene aconteceu no Museu Sacaca e contou com uma palestra de destaque: "Manejo Florestal Sustentável e os serviços ambientais de provisão (madeira) e de regulação (ciclagem d’água, carbono e energia)", ministrada pelo renomado Dr. Niro Higuchi, do Laboratório de Manejo Florestal (LMF) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Para a comissão organizadora, o CONAEF é um momento chave. "Até a próxima sexta-feira estaremos realizando uma série de atividades, palestras e minicursos do congresso, que é realizado pelos cursos de florestal do Ifap e Ueap", explicou André Ricardo, organizador do evento, que também é técnico e engenheiro florestal da Ueap, além de presidente da Associação de Engenheiros Florestais do Amapá (Aefa).
André lembrou ainda que este é um evento patrocinado pelo CREA nacional, que teve seu representante, o engenheiro eletricista Marcos Drago.
O Curso de Engenharia Florestal na UEAP
O curso de Engenharia Florestal na UEAP, também conhecido como Engenharia Silvícola, é oferecido como Bacharelado no campus de Macapá e tem uma duração média de cinco anos. Por ser uma instituição pública, o curso é gratuito.
O profissional formado pela UEAP é capacitado para atuar no manejo e conservação dos recursos naturais, buscando o equilíbrio entre o uso da floresta e a preservação ambiental, crucial na região amazônica. “O curso aqui na Ueap é o mais antigo do estado, é um curso de 5 anos de duração que prepara para os diversos desafios da nossa região, principalmente na área de manejo florestal e na área de tecnologia de produtos florestais, é uma formação que estuda desde a extração até o desenvolvimento de novos produtos”.
A grade curricular abrange desde disciplinas básicas de engenharia e ciências exatas até tópicos específicos como Dendrometria e Inventário Florestal: Essencial para medir e monitorar o crescimento e a estrutura das florestas; Silvicultura: Técnicas de produção de mudas, plantio e tratos culturais; Manejo Florestal: Planejamento da exploração sustentável de recursos; Conservação e Restauração de Áreas Degradadas: Focando na recuperação funcional dos ecossistemas; Geoprocessamento e Cartografia: Uso de tecnologia para monitoramento e planejamento.
Marcos de Araújo, acadêmico do 10º semestre do curso, expressa seu entusiasmo com o congresso, onde vai apresentar sua pesquisa sobre padrões de queimadas na região. "Basicamente estamos trabalhando com as questões do fogo na Bacia do Rio Pedreira. Queremos monitorar a situação de como as comunidades tradicionais utilizam o fogo, fazendo um diagnóstico dessa situação, revelando focos de desmatamento e de calor", comenta o estudante, que revelou que a sua motivação para pesquisar o assunto foram as intensas queimadas ocorridas no estado do Amapá nos últimos anos, com o intuito de investigar a sua causa e origem.
O congresso conta com o apoio e patrocínio de instituições como CONFEA, CREA-AP e MÚTUA, reforçando a importância do debate para o desenvolvimento profissional e regional.
